Enquanto a lua e o sol
se confundem
olhos te observam
do alto das nuvens
em cada passo
um descompasso
O chão é todo irregular
não adianta olhar pra baixo
tudo é torto e nada
tem respostas escondidas
o buraco está lá
a queda é inevitável
resta saber levantar.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
terça-feira, 27 de junho de 2017
Molhe o pezinho
na água gelada
e venha devagar
ou pule
ao ver uma pedra
segure firme
até estar segura
para enfrentar
a correnteza
de 77 cachoeiras
juntas
depois que você
atravessa o rio
percebe que
a outra margem
também é cheia
de manchas e marcas
sinta-se à vontade
para colorir todas elas
e se por acaso
bater no fundo
respire
no máximo
você vai boiar
de qualquer jeito
seguimos
navegando nas profundezas
de poço em poço
com um barquinho à vela.
na água gelada
e venha devagar
ou pule
ao ver uma pedra
segure firme
até estar segura
para enfrentar
a correnteza
de 77 cachoeiras
juntas
depois que você
atravessa o rio
percebe que
a outra margem
também é cheia
de manchas e marcas
sinta-se à vontade
para colorir todas elas
e se por acaso
bater no fundo
respire
no máximo
você vai boiar
de qualquer jeito
seguimos
navegando nas profundezas
de poço em poço
com um barquinho à vela.
domingo, 18 de junho de 2017
Era uma fuga desvairada
da primeira pessoa
aquela, do singular
fugia tanto do eu
com todas as forças
que nem sabia que tinha
justamente porque de si mesma
fugia
lembrava bem de nunca
olhar pra dentro
preferia prestar atenção no vento
tinha medo de encontrar
adjetivos que os outros usavam
pro seus atributos classificar
a menina não tinha aprendido
a se amar
o que não é de se admirar
afinal, quem ensina isso de uns tempos pra cá?
mas em algum momento
alguém sussurrou uma tal palavra
e m p o d e r a m e n t o
ou será que foi
a u t o c o n h e c i m e n t o
e à medida que foi organizando os pensamentos
foi descobrindo seus talentos
e percebeu que sua melhor companhia
quem podia lhe dar mais alegria
era ela própria
colocou um batom e uma saia rodada
e foi dançar.
da primeira pessoa
aquela, do singular
fugia tanto do eu
com todas as forças
que nem sabia que tinha
justamente porque de si mesma
fugia
lembrava bem de nunca
olhar pra dentro
preferia prestar atenção no vento
tinha medo de encontrar
adjetivos que os outros usavam
pro seus atributos classificar
a menina não tinha aprendido
a se amar
o que não é de se admirar
afinal, quem ensina isso de uns tempos pra cá?
mas em algum momento
alguém sussurrou uma tal palavra
e m p o d e r a m e n t o
ou será que foi
a u t o c o n h e c i m e n t o
e à medida que foi organizando os pensamentos
foi descobrindo seus talentos
e percebeu que sua melhor companhia
quem podia lhe dar mais alegria
era ela própria
colocou um batom e uma saia rodada
e foi dançar.
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Isso não é uma declaração
de amor
se a gente negar pra si mesmo
eu acho que passa
deve passar
tem que passar
mas quando te vejo na praça
eu quero gritar: me abraça
sem perceber, você me enlaça
e eu só queria ser a fumaça
que seus pulmões desgraça
coração, por favor, deixe de pirraça
você sabe o que acontece ao jogar pedra na vidraça?
de amor
se a gente negar pra si mesmo
eu acho que passa
deve passar
tem que passar
mas quando te vejo na praça
eu quero gritar: me abraça
sem perceber, você me enlaça
e eu só queria ser a fumaça
que seus pulmões desgraça
coração, por favor, deixe de pirraça
você sabe o que acontece ao jogar pedra na vidraça?
domingo, 11 de junho de 2017
I
Queria ser mar
mas era só gota
boiando no dilúvio
respingando da cachoeira
pingava, às vezes na beira
da estrada...
que nada
já tinha passado
da sua parada
e o pensamento
não voltava
na via
via muita coisa
e não havia
muito tempo
gastou metade
de uma caixinha de fósforo
no alto
da escada
II
Queria ser mar
mas era só
gota
escorrendo
nas pedras
doce
antes fosse
dilúvio
mas era respingo
ploc- ploc- ploc
pingando
de beira
em cachoeira
poeira
líquida
III
Queria ser mar
infinito
mas era gota
contava
cada ploc
cada 12 segundos de vida
quando despencava
do alto
até atingir
o buraquinho da
pedra
tanto bate
até que
urra.
Queria ser mar
mas era só gota
boiando no dilúvio
respingando da cachoeira
pingava, às vezes na beira
da estrada...
que nada
já tinha passado
da sua parada
e o pensamento
não voltava
na via
via muita coisa
e não havia
muito tempo
gastou metade
de uma caixinha de fósforo
no alto
da escada
II
Queria ser mar
mas era só
gota
escorrendo
nas pedras
doce
antes fosse
dilúvio
mas era respingo
ploc- ploc- ploc
pingando
de beira
em cachoeira
poeira
líquida
III
Queria ser mar
infinito
mas era gota
contava
cada ploc
cada 12 segundos de vida
quando despencava
do alto
até atingir
o buraquinho da
pedra
tanto bate
até que
urra.
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